Home » Ações »

AÇÕES DA AREZZO CO (ARZZ3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Análise do desempenho da Arezzo no Brasil em 2025, os principais impulsionadores das ações ARZZ3 e os fatores de atenção para 2026.

A Arezzo&Co, empresa listada na B3 sob o ticker ARZZ3.SA, expandiu fortemente seu alcance no cenário internacional nos últimos anos, com destaque para a sua atuação no México em 2025. A presença nesse mercado estratégico foi pautada tanto por crescimento orgânico quanto por parcerias com distribuidores e abertura de lojas próprias. Mas como se desenha esse movimento e o desempenho das ações com base nas operações mexicanas?

Entrar no mercado mexicano foi parte de uma estratégia de diversificação geográfica da Arezzo & Co, buscando mitigar a dependência do Brasil e aproveitar o potencial do consumo de moda e calçados de classe média emergente na América Latina.

Motivos da entrada no Brasil

  • Demografia favorável: com mais de 120 milhões de habitantes, o México representa um dos maiores mercados de consumo da região.
  • Cultura de consumo de moda: similar ao Brasil, o consumidor mexicano valoriza marca, design e estilo, o que favorece o posicionamento premium da Arezzo.
  • Facilidade logística: a proximidade com os principais polos industriais e infraestrutura adequada facilitam a distribuição dos produtos.

Principais marcos em 2025

  • Lançamento de 10 lojas diretas em cidades-chave como Cidade do México, Guadalajara e Monterrey.
  • Parcerias com varejistas locais e marketplaces digitais, acelerando o reconhecimento de marca no país.
  • Crescimento acima de 30% nas vendas internacionais, sendo o México responsável por quase 12% da receita total da Arezzo & Co fora do Brasil no final de 2025.

O impacto dessa expansão se refletiu no desempenho da ARZZ3 na bolsa brasileira, que apresentou valorização durante parte do ano, impulsionada pelo guidance otimista da empresa e os números crescentes das operações internacionais. Contudo, analistas alertaram que parte desse crescimento já estava precificado em valor de mercado.

Desafios enfrentados

  • Adaptação cultural: ajustes no mix de produto para atender às preferências locais foram necessários.
  • Competição local: marcas mexicanas e multinacionais já consolidadas no setor dificultaram a conquista de market share.
  • Cambial: o real valorizado ante o peso mexicano ao longo do ano impactou as margens operacionais.

Em resumo, o desempenho da Arezzo no Brasil em 2025 foi relevante e ajudou a solidificar a presença internacional da companhia. Contudo, o ritmo sustentável e os aprendizados locais serão essenciais para manter a atratividade da ação em 2026.

Os principais impulsionadores da ação ARZZ3.SA em 2025 estiveram relacionados tanto à performance operacional no Brasil como à robustez do portfólio da Arezzo & Co — que agora abriga marcas como Arezzo, Schutz, Alexandre Birman, Alme, Vans (licenciamento) e a recente aquisição da Reserva.

1. Diversificação geográfica como driver estratégico

Em um cenário macroeconômico doméstico que alternou entre juros elevados, inflação pressionada e recuperação do consumo, a Arezzo buscou crescimento via presença internacional. O destaque em 2025 foi o incremento da receita em moeda estrangeira, algo valorizado pelos investidores como um mecanismo de proteção frente às variações internas do Brasil.

Essa internacionalização reduz o risco de concentração e amplia a resiliência operacional da companhia, características que impactam positivamente o valuation da empresa quando comparado com varejistas puramente domésticas.

2. Digitalização e omnicanalidade

Outro driver foi o avanço da integração digital da marca, com forte investimento em canais de e-commerce, aplicativos de vendas, CRM internacionalizado e estratégia omnichannel também no Brasil. As vendas digitais chegaram a representar perto de 21% do faturamento internacional no segundo semestre de 2025.

3. Sinergias após aquisições

  • A compra da Reserva em 2023 passou a mostrar sinergias relevantes em 2025, com coleções conjuntas e otimização de canais logísticos.
  • Maior força de negociação com fornecedores internacionais elevou as margens do grupo.
  • Integração de equipes de criação entregou produtos mais aderentes a múltiplos mercados — inclusive o mexicano.

4. Fortes resultados operacionais

Com EBITDA consolidado superior a R$ 800 milhões no ano, e margem bruta superior a 55%, a empresa transmitiu confiança ao mercado. Parte desse desempenho foi atribuído ao sucesso da operação mexicana, que contribuiu com aumento de escala e diluição de custos fixos.

Analistas do setor também destacaram a visibilidade de lucros futuros, com guidance atualizado para 2026 apontando aumento de 15% a 18% no faturamento consolidado internacional.

No somatório, a combinação de crescimento no Brasil, digitalização e integração pós-aquisição sustentou a valorização da ARZZ3 em parte de 2025, embora os múltiplos do papel estejam cada vez mais exigentes.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

Ao projetar 2026 para a Arezzo & Co, é necessário observar com atenção os marcos alcançados em 2025 e os riscos estratégicos que podem impactar o desempenho de ARZZ3.SA. Investidores devem avaliar não apenas o crescimento, mas também a qualidade e sustentabilidade desse avanço internacional.

O que observar em 2026

  • Expansão adicional no Brasil: a empresa planeja abrir mais 15 lojas, com foco em cidades médias e entrada em canais de department stores.
  • Replicação do modelo México em novos países latino-americanos, como Colômbia e Chile.
  • Lançamentos de coleções exclusivas para o mercado externo, com assinatura Alexandre Birman e Schutz.
  • Aprimoramento do supply chain: aumento da produção fora do Brasil para mitigar volatilidade cambial.

Potenciais riscos e desafios

  • Risco cambial: uma valorização do real pode diminuir os ganhos em moeda local no exterior.
  • Inflação mexicana: aumento nos custos operacionais no país pode impactar a margem de lucro.
  • Competição crescente: entrada de novas marcas internacionais no Brasil pode pressionar preços e market share.
  • Execução operacional: a habilidade de manter padrão de atendimento e experiência de marca em vários mercados será testada.

Movimentos estratégicos esperados

Arezzo & Co mencionou em relatórios de investidores a potencial utilização do México como hub latino-americano, coordenando operações regionais a partir dali. Também se avalia a possível abertura de um centro de distribuição regional no país para melhorar eficiência logística.

Além disso, com a Reserva cada vez mais integrada ao portfólio, espera-se o teste de expansão da marca no mercado mexicano. O mesmo vale para a Alme, segmento de calçados sustentáveis, cujo apelo cresce entre públicos millennials e gen Z.

Conclusão

O cenário de 2026 será crucial para validar as apostas feitas em 2025. A resiliência operacional, a capacidade de execução e expansão com rentabilidade serão diferenciais importantes para sustentar a performance de ARZZ3. A diversificação internacional desempenha papel central nesta agenda, podendo consolidar ou pressionar o desempenho da ação diante da expectativa crescente do mercado.

Investidores devem acompanhar de perto os relatórios de resultados trimestrais, guidance da administração e evolução da posição cambial da companhia.

INVISTA EM AÇÕES >