AÇÕES DA CEMIG (CMIG4.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Drivers do desempenho da CEMIG em 2025

As ações da CEMIG (CMIG4.SA) vêm despertando interesse crescente entre investidores atentos ao seu potencial de valorização no mercado internacional. Em especial, 2025 apresenta-se como um ano estratégico para a atuação da companhia no Brasil, com diversas iniciativas e fatores — os chamados drivers — impactando diretamente o desempenho da companhia.

Um dos principais drivers é a inserção estratégica no mercado mexicano. A CEMIG sinalizou interesse, ao longo de 2024, em ampliar sua presença na América Latina por meio de alianças e participações em projetos de energia renovável. O México, como segundo maior mercado de eletricidade da região e com políticas de expansão energética liberalizantes, representa uma oportunidade robusta. Se parcerias forem efetivadas com agentes locais ou internacionais, isso pode impulsionar as receitas a partir de 2025.

Outro driver relevante é a modernização da cadeia de distribuição e geração. A CEMIG tem feito movimentações para transformar digitalmente suas operações, reduzindo perdas técnicas e aumentando a eficiência. As expectativas de aplicações de tecnologias smart grid e big data em suas unidades operacionais, inclusive no exterior, devem afetar positivamente sua margem operacional.

O cenário macroeconômico do México também tem influência direta. Com a inflação em trajetória de queda e juros estáveis, espera-se um ambiente de negócios mais favorável. A estabilidade regulatória será fundamental para definir o desempenho da CMIG4.SA diante dos investimentos no setor de energia.

Além disso, a demanda crescente por energias renováveis é um catalisador importante. O México se comprometeu a atingir 35% de geração com fontes limpas até 2030, incentivando a inserção de players focados em solar, eólica e hidrelétrica — áreas nas quais a CEMIG possui know-how acumulado.

Internamente, o projeto de racionalização do portfólio iniciado em 2023 segue como foco em 2025. Isso inclui alienações de ativos não-core e reforço nos ativos de geração e distribuição. O fluxo de caixa resultante pode ser usado para reforçar investimentos no exterior ou reduzir passivos, fatores que impactam positivamente o valuation da empresa.

Em resumo, os principais drivers que devem moldar o desempenho da CEMIG (CMIG4.SA) em 2025, especialmente no Brasil, são:

• Expansão no mercado mexicano de energia;
• Investimentos em modernização tecnológica e digitalização;
• Ambiente econômico e regulatório do México;
• Demanda por energias renováveis;
• Foco estratégico na gestão de portfólio.

Estes elementos servirão como indicadores-chave para acompanhamento ao longo do ano pelos acionistas e analistas do setor.

Principais marcos da CEMIG até 2025

O desempenho das ações da CEMIG (CMIG4.SA) até 2025 será determinado não somente pelas tendências de mercado, mas também pelos marcos e decisões estratégicas que a companhia tomou desde 2020 e que vêm sendo consolidadas em sua atuação internacional, especialmente na América Latina.

Um dos marcos mais relevantes para o posicionamento da CEMIG até 2025 é o plano de descarbonização e compromisso com a sustentabilidade. Desde 2021, a empresa firmou sua estratégia de longo prazo para reduzir gradualmente a participação de combustíveis fósseis em sua matriz de geração. Investimentos prioritários em hidrelétricas, parques eólicos e, mais recentemente, em parcerias solares no Brasil confirmam esse direcionamento.

Outro marco importante foi o reposicionamento estratégico internacional conduzido a partir de 2023. A companhia passou a buscar alternativas de crescimento fora de Minas Gerais, seu Estado de origem, por meio de consórcios de energia, leilões internacionais e fusões pontuais. Essa estratégia elevou a exposição da CEMIG ao cenário latino-americano, com foco em mercados com potencial latente como o México, Chile e Colômbia.

Em paralelo, a empresa vem desde 2022 implementando o programa de excelência operacional, voltado a aumentar eficiência, reduzir perdas energéticas e elevar a qualidade do serviço. Isso inclui investimentos em telemetria, automação de subestações e integração de sistemas em tempo real, algo que será crucial em 2025 para suportar operações em mercados internacionais.

A adesão a acordos de conformidade regulatória e ESG também se tornou um divisor de águas. A adoção de melhores práticas de governança, transparência e responsabilidade socioambiental aproximou a CEMIG de padrões internacionais, tornando-a mais atrativa a investidores institucionais estrangeiros, inclusive no Brasil, onde fundos ESG têm prioridade nos aportes a partir de 2024/2025.

Destacam-se como marcos entre 2023 e 2025:

• Lançamento de roadmap de descarbonização com metas para 2030;
• Criação de diretoria internacional para expansão na América Latina;
• Entrada em consórcios binacionais para energia solar no Brasil;
• Alcançar rating investment grade pelas principais agências;
• Implantação de programa de recompras de ações para valorização do papel.

No contexto específico do México, 2025 será um ano de consolidação de projetos-piloto iniciados em 2024. Os termos de regulação energética no país, semelhantes aos modelos aplicados no Brasil, devem facilitar a replicação bem-sucedida do modelo de gestão da CEMIG.

Esses marcos se revelam como fundações de sustentação para o desempenho das ações da CMIG4.SA no médio e longo prazo, especialmente diante do impulso estrangeiro e da gestão estratégica baseada em eficiência, inovação e sustentabilidade.

Riscos e perspectivas para 2026

Ao projetar o desempenho das ações da CEMIG (CMIG4.SA) para 2026, os investidores devem considerar tanto os riscos estruturais quanto as oportunidades latentes ligadas à expansão em curso no mercado internacional, especialmente no Brasil.

Entre os principais riscos com potencial de afetar negativamente a performance da companhia, destaca-se o risco regulatório. Embora haja estabilidade aparente no Brasil, mudanças no marco regulatório, como ocorreu em 2020 com a Lei de Energia Elétrica, podem surpreender players estrangeiros. A atuação da CEMIG dependerá da manutenção de contratos e políticas favoráveis às energias renováveis.

Outro fator de atenção é o risco cambial. Com operações em real e receitas parciais em peso mexicano, a volatilidade nas taxas de câmbio pode reduzir margens ou impactar o valuation da empresa nos mercados internacionais. Estratégias de hedge cambial precisam ser bem estruturadas, sobretudo com as incertezas políticas pós-eleitorais em ambos os países.

Há também riscos operacionais atrelados à execução e integração de novos ativos no Brasil. Projetos solares e eólicos exigem altos níveis de capex e possuem longo prazo de maturação. Atrasos em licenciamento ambiental, judicialização de concessões ou disputas comerciais com fornecedores locais podem comprometer metas de entrega.

Do ponto de vista macroeconômico, um aumento inesperado nos juros no Brasil ou no Brasil pode encarecer os custos de financiamento da dívida da companhia, afetando diretamente o fluxo de caixa operacional projetado para 2026.

Em contrapartida, as perspectivas positivas para 2026 são sólidas, desde que os projetos internacionais próximos à maturação avancem como planejado. Se a CEMIG concluir com êxito as fases iniciais de operação no Brasil, poderá ampliar sua penetração no país e usar essas credenciais para expandir em outros países latino-americanos.

Outros fatores que aumentarão o otimismo para 2026 incluem:

• Continuidade da valorização de CMIG4.SA com dividendos mantidos;
• Possibilidade de IPO de subsidiárias internacionais da CEMIG;
• Expansão do portfólio com energias limpas e contratos de longo prazo;
• Alinhamento crescente com fundos de investimento ESG;
• Uso de tecnologias como blockchain para rastreabilidade energética.

Em síntese, a leitura para 2026 dependerá do equilíbrio entre a capacidade de gestão dos riscos citados e a materialização das oportunidades em andamento. A precificação de CMIG4.SA no médio prazo está diretamente atrelada ao sucesso da CEMIG em sua internacionalização, rentabilidade dos projetos e manutenção de sólida governança corporativa.