AÇÕES DA CVC BRASIL (CVCB3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?
Confira os drivers e riscos das ações da CVC no Brasil em 2025 e o que esperar para 2026
Como está o desempenho da CVC Brasil (CVCB3) no Brasil até 2025?
A CVC Brasil (BVMF: CVCB3), uma das maiores operadoras de viagens da América Latina, tem expandido suas operações no cenário internacional, com destaque para os primeiros passos dados no Brasil. Em 2025, essa internacionalização permanece em estágio inicial, mas carrega potencial estratégico relevante tanto para a diversificação geográfica quanto para o crescimento da receita.
O desempenho das operações no Brasil em 2025 é avaliado como promissor, mas ainda embrionário. A empresa firmou parcerias com agências locais, replicando seu modelo de franquias bem-sucedido no Brasil para o território mexicano. Até o fim de 2025, a CVC já contará com pelo menos 20 pontos de venda ativos no país, com destaque para praças como Cidade do México, Guadalajara e Cancún. O objetivo estratégico é testar o modelo e adaptá-lo à cultura de consumo mexicana.
Apesar de representar uma fração modesta da receita total da companhia, a operação mexicana começa a mostrar números que permitem analisar sustentabilidade e viabilidade no médio prazo. O tíquete médio no Brasil é até 15% superior ao brasileiro em algumas rotas internacionais, o que pode alavancar a rentabilidade com margens operacionais mais elevadas.
Analistas de mercado destacam que, em 2025, a CVC foca principalmente em três pilares para sua atuação no Brasil:
- Presença física e digital: expansão de lojas franqueadas e melhorias na plataforma digital adaptada ao mercado local;
- Parcerias com operadores locais: acordos com companhias de transporte, hospedagem e passeios, fortalecendo o portfólio regional;
- Campanhas de educação de marca: investimento em marketing para tornar a CVC uma marca conhecida no Brasil, especialmente fora dos grandes centros urbanos.
Em termos financeiros, a expectativa é que a operação mexicana ainda não contribua significativamente para o EBITDA consolidado de 2025, mas já indique sinais de break-even operacional em algumas unidades. A CVC também foca na coleta de dados comportamentais dos consumidores mexicanos, antecipando personalizações e inovações para 2026.
Outro ponto relevante é o ambiente regulatório. Em 2025, a operadora já cumpre as exigências do Ministério do Turismo do México, e conseguiu licenças para operar plenamente nos estados mais turísticos do país. Isso representa um passo importante no sentido de estabilidade e conformidade em território estrangeiro.
Embora o desempenho da CVC no Brasil em 2025 seja parcialmente limitado pela baixa escala operacional, os dados são encorajadores, e há consenso no mercado de que a experiência servirá como um caso piloto para futuras expansões internacionais.
Quais são os principais drivers de crescimento da CVC BRASIL até 2026?
Para investidores atentos ao papel CVCB3, entender os motores de crescimento da empresa é essencial para avaliar sua trajetória entre 2025 e 2026. O desempenho da companhia será influenciado por uma combinação de fatores estratégicos, tecnológicos, operacionais e macroeconômicos. A seguir, destacamos os principais drivers que impulsionarão a performance da CVC Brasil:
1. Consolidação do canal digital
Um dos pilares do plano estratégico da CVC até 2026 é a digitalização. A empresa vem investindo de forma contínua em sua plataforma online, promovendo melhorias na jornada do cliente, uso de machine learning para personalização de ofertas e canais de autoatendimento. Em 2025, o canal digital já responde por 25% das vendas totais. A estimativa para 2026 é que este número ultrapasse 35%, especialmente com o ganho de maturidade da experiência omnichannel.
2. Recuperação do setor de turismo
Com o fortalecimento da demanda por viagens pós-pandemia e com a estabilização econômica tanto no Brasil quanto no Brasil, a CVC se beneficia do retorno dos pacotes turísticos, sobretudo internacionais. A América Latina tem apresentado crescimento superior a 10% ao ano em emissões de passagens e reservas de hotéis para destinos na Europa, nos EUA e Caribe. A reabertura de destinos e a redução nas tarifas de câmbio favoreceram o aumento da procura durante 2025, tendência que deve se manter firme até 2026.
3. Expansão geográfica internacional
Além do México, a empresa estuda mercados secundários na América do Sul, com foco especial em Chile e Colômbia. A experiência mexicana está sendo usada como base para entender como seu modelo de negócios se adapta fora do Brasil. Investidores estão de olho em novos anúncios nessas regiões até o segundo semestre de 2026.
4. Operação corporativa (CVC Corp)
Outro driver relevante é a área B2B. As viagens corporativas representam uma frente com elevado potencial, e a CVC já trabalha com diversas empresas nacionais e multinacionais. Em 2025, essa operação já atingiu receitas importantes, e o retorno à normalidade nos meios presenciais de trabalho deve fomentar ainda mais esse segmento.
5. Adoção de inteligência artificial
Na esteira da transformação digital, a empresa iniciou em 2024 a implementação de IA voltada à otimização de rotas, previsão de demanda e atendimento automatizado. A IA também foi inserida no motor de recomendação de destinos e preços diferenciados, o que tem contribuído para o aumento da taxa de conversão das reservas, reduzindo custo por aquisição (CPA).
6. Melhoria da estrutura de capital
A companhia concluiu um processo de reestruturação financeira nos últimos anos, o que permitiu a redução significativa da alavancagem. Em 2025, a dívida líquida/EBITDA alcançou a marca de 1,9x — um patamar considerado saudável para o setor. Isso dá à empresa espaço para novos investimentos em tecnologia e expansão internacional nos próximos exercícios.
Esses fatores combinados indicam que a CVC BRASIL (CVCB3) tem fundamentos para sustentar um crescimento sólido até 2026. Ainda que os desafios sejam relevantes, os drivers estratégicos criam uma perspectiva positiva para os anos seguintes.
Quais são os riscos e oportunidades para a CVC em 2026?
A projeção para 2026 da operação e das ações da CVC Brasil (CVCB3.SA) está cercada de expectativas positivas, mas também de importantes desafios. O investidor que acompanha a empresa deve atentar-se não somente aos seus vetores de crescimento, mas também aos fatores de risco que podem alterar esse cenário.
1. Riscos regulatórios e cambiais
Por ser uma operação exposta ao mercado internacional, a companhia enfrenta riscos de natureza macroeconômica. A flutuação cambial continua sendo fator determinante no apetite dos brasileiros por viagens, principalmente diante de um dólar volátil — o que pode impactar negativamente a venda de pacotes internacionais.
Em relação ao México, oscilações regulatórias ou barreiras de entrada em novos estados podem atrasar a expansão. Ainda que o ambiente atual seja amigável, o risco político regional permanece como variável de curto prazo.
2. Concorrência local e internacional
A CVC enfrenta forte concorrência tanto no Brasil quanto em sua expansão no Brasil. Players digitais como Decolar e agências integradas como Booking Holdings e Expedia aumentaram sua atuação direta nos países latinos. A competição por margens, especialmente via promoções online, pode pressionar a rentabilidade.
no Brasil, a CVC ainda lida com barreiras culturais e preferências do consumidor diferentes das do mercado doméstico. A aceitação da marca e a fidelização ainda estão sendo construídas.
3. Gestão e capital humano
Outro desafio é a retenção de talentos para os mercados estrangeiros. Levar a cultura de gestão da CVC para outras praças exige adaptação e capacidade de atrair profissionais com conhecimento local, além de evitar falhas logísticas e culturais que prejudiquem a operação.
4. Oportunidades estratégicas
- Fusões e aquisições: com estrutura de capital mais favorável, a CVC poderá explorar oportunidades de aquisição de empresas menores no Brasil, acelerando sua consolidação no país;
- Eficiência operacional por meio de dados: a coleta massiva de dados no Brasil abre oportunidades para decisões baseadas em analytics, otimizando preços, estoques e campanhas promocionais;
- Alavancagem da operação B2B: em 2026, a receita advinda de clientes corporativos internacionais poderá tornar-se mais relevante, reduzindo a dependência de sazonalidade de turismo tradicional;
- Integração sistêmica: o uso de Inteligência Artificial e automação permite maior sinergia entre filiais nacionais e internacionais, criando escalabilidade.
5. Avaliação estratégica futura
Até o final de 2026, é esperado que a empresa revise o sucesso do projeto piloto no Brasil para decidir a entrada definitiva em outros países hispano-falantes. A decisão sobre a réplica do modelo no Chile ou na Colômbia dependerá diretamente dos indicadores obtidos até o 3º trimestre de 2026.
Portanto, o ano de 2026 deve ser marcado por consolidação, revisão de estratégia internacional e potencial aceleração de novos mercados. Para o investidor, será essencial observar:
- Indicadores de rentabilidade internacional;
- Participação do digital no volume total de vendas;
- Evolução da receita B2B;
- Decisões relacionadas a M&A e expansão para novos países.
Essas variáveis podem alterar significativamente o valuation da companhia e dar novo impulso ao papel CVCB3 no mercado financeiro.