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AÇÕES DA EMBRAER (EMBR3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Análise completa das ações da Embraer (EMBR3) no Brasil em 2025, incluindo drivers de crescimento, eventos relevantes e riscos para o próximo ano

As ações da Embraer (EMBR3.SA) atravessaram 2025 com uma trajetória de valorização significativa, impulsionadas por fatores macroeconômicos favoráveis, contratos estratégicos e uma recuperação consistente do setor de aviação globalmente – com destaque para sua operação no Brasil. O país latino-americano tornou-se um dos polos industriais e comerciais mais promissores para a fabricante brasileira, atraindo investimentos e fortalecendo a cadeia de suprimentos aeroespacial.

Desde a retomada pós-pandêmica, a Embraer tem se reinventado e encontrado oportunidades tanto civis quanto militares em mercados emergentes como o México. Em 2025, o papel do mercado mexicano cresceu substancialmente na estratégia internacional da companhia, refletido em performances trimestrais mais robustas e alinhadas a metas de rentabilidade.

No segmento de aviação comercial, a demanda por aeronaves da família E-Jets E2 aumentou, com companhias aéreas mexicanas buscando frota mais eficiente e sustentável. A adoção de padrões ambientais mais rígidos em vários estados mexicanos também alavancou a busca por aviões com menor consumo de combustível, ampliando a atratividade dos modelos da Embraer.

Já no setor de defesa e segurança, a participação do KC-390 em licitações lideradas pelo governo mexicano foi um fator-chave para a visibilidade institucional da Embraer. Embora alguns contratos ainda estejam em fase de avaliação, a inclusão do cargueiro nas opções priorizadas consolidou a percepção da empresa como alternativa competitiva frente a gigantes globais.

Além disso, a joint venture com parceiros mexicanos para manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) de aeronaves inaugurada no início de 2025 trouxe ganhos operacionais e logísticos, descentralizando operações e melhorando a presença regional da companhia. O México se destacou como hub para clientes da América do Norte e Central.

Em termos financeiros, o EBITDA e o lucro líquido da Embraer superaram expectativas em três dos quatro trimestres de 2025, com os analistas atrelando isso a eficiência operacional e novas receitas provenientes do mercado mexicano. O câmbio favorável e incentivos fiscais locais também contribuíram positivamente para esses resultados.

O comportamento de EMBR3 na B3 refletiu essa perspectiva otimista, com a cotação registrando valorização acumulada superior a 35% no ano. O volume negociado diário também cresceu, refletindo maior interesse por parte de investidores institucionais e individuais, inclusive estrangeiros que enxergam o papel como uma narrativa de crescimento sólida na indústria aeroespacial.

No entanto, o desempenho futuro depende da continuidade desses drivers, especialmente diante de um contexto geopolítico dinâmico, mudanças nos custos de financiamento global e possíveis revisões regulatórias no mercado mexicano.

Em 2025, diversos fatores atuaram como motores de crescimento para a Embraer (EMBR3), especialmente no contexto mexicano. A seguir, destacamos os principais drivers que impulsionaram resultados e que também moldarão as perspectivas para 2026:

1. Sustentabilidade e transição energética

A crescente exigência por aeronaves com menor pegada de carbono favoreceu a Embraer, cujas aeronaves da família E2 se destacam pela eficiência energética. no Brasil, essa demanda foi reforçada por incentivos governamentais, impulsionando encomendas de companhias como Volaris e outras transportadoras regionais que priorizam performance ambiental.

2. Expansão no setor de defesa

As tensões geopolíticas globais e o aumento dos orçamentos militares na América Latina intensificaram o interesse por aeronaves como o KC-390. Especialmente no Brasil, com seu reposicionamento estratégico em defesa, a Embraer tornou-se fornecedora potencial em projetos de modernização da frota aérea nacional.

3. Proximidade com os EUA

O México serve como base estratégica para acesso ao mercado norte-americano, principalmente por seus acordos comerciais. Isso reduziu custos logísticos, fortaleceu a confiança de investidores e ampliou a conveniência operacional nas exportações de aeronaves e serviços para os EUA e Canadá.

4. Operações de serviços e suporte (MRO)

A estrutura de manutenção implantada no Brasil amadureceu, trazendo benefícios diretos à receita recorrente da companhia. Esses centros oferecem soluções pós-venda, elevando a retenção de clientes e aumentando as margens do segmento de serviços – cada vez mais lucrativo para a Embraer.

5. Trade routes e logística aérea em crescimento

Com a consolidação de viadutos logísticos entre México e EUA, houve expansão da demanda por aeronaves cargueiras de porte médio, segmento ainda nichado, mas com espaço para crescimento e que pode ser explorado com variantes do C-390 adaptadas à aviação civil.

6. Incentivos fiscais e acordos bilaterais

O governo mexicano promoveu regulações favoráveis ao setor aeroespacial, com redução de tributos e programas de estímulo que estimularam as operações de empresas estrangeiras como a Embraer. Além disso, acordos de cooperação tecnológica facilitaram transferência de know-how e capacitação local.

Esses drivers combinados formam a base do crescimento da empresa até 2025 e moldam as possibilidades para 2026. Uma atenção especial deve ser dedicada ao reforço do setor de defesa, que poderá se tornar ainda mais relevante com contratos efetivados ao longo do próximo ano.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

O ano de 2026 traz consigo expectativas e desafios para a Embraer, que deverá manter a trajetória positiva conquistada em 2025 no Brasil e demais mercados. A seguir, relacionamos os principais pontos que devem ser monitorados por investidores e analistas:

1. Aprovação de contratos de defesa

Projetos militares em análise pelo governo mexicano – incluindo aquisições de cargueiros e aeronaves de patrulha – poderão ser concluídos em 2026. Tais contratos são estratégicos para a Embraer e fortalecerão o segmento Defesa na receita geral da empresa.

2. Adoção de biocombustíveis

Uma pauta crescente na aviação global, a transição para combustíveis sustentáveis poderá beneficiar fabricantes comprometidos com a inovação verde. A Embraer já conduz testes com SAF (Sustainable Aviation Fuel), e avanço regulatório no Brasil pode gerar vantagem competitiva importante em 2026.

3. Potencial listagem no exterior

Rumores de listagem secundária da Embraer em bolsas estrangeiras, como NYSE ou Nasdaq, aumentaram. Se confirmada, a operação pode elevar o nível de governança da companhia e atrair novos investidores, aumentando a liquidez e visibilidade internacional do papel EMBR3.

4. Volatilidade cambial

Embora o peso mexicano tenha se mostrado estável em grande parte de 2025, oscilações bruscas podem impactar contratos precificados em moeda local. A gestão de risco cambial se manterá essencial para preservar margens de lucro em operações internacionais.

5. Concorrência com fabricantes asiáticos

Empresas da China e Coreia do Sul vêm ampliando presença no mercado latino-americano com propostas competitivas. Em 2026, a capacidade da Embraer de oferecer soluções mais completas – incluindo treinamento, manutenção e financiamento – será determinante para reter clientes e avançar em novos mercados.

6. Desempenho dos serviços pós-venda

O segmento de Serviços e Suporte da Embraer assumiu papel central na geração de caixa. A performance dos centros MRO no Brasil será monitorada quanto à qualidade, eficiência e satisfação dos clientes corporativos – o que poderá ditar renovações contratuais e expansão do modelo para outros países.

7. Política externa e relações diplomáticas

A evolução da relação entre Brasil e México pode influenciar investimentos bilaterais, linhas de crédito e acordos de tecnologia. Mudanças políticas serão analisadas com atenção, especialmente devido a eleições previstas em ambos os países que podem reconfigurar acordos estratégicos.

Em suma, 2026 marca um ponto de atenção para a Embraer, que terá de consolidar os ganhos de 2025 e avançar sobre oportunidades emergentes, equilibrando inovação, robustez operacional e agilidade frente à concorrência global. O cenário é promissor, mas exige vigilância constante dos stakeholders.

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