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AÇÕES DA GERDAU (GGBR4.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Acompanhe o desempenho da GGBR4 em 2025 no Brasil, entenda os motores de crescimento, os riscos e o que esperar em 2026.

Como foi o desempenho da Gerdau no Brasil em 2025?

A Gerdau (GGBR4.SA), uma das maiores produtoras de aço longos das Américas, apresentou avanços relevantes em suas operações no Brasil durante o ano de 2025. Impulsionada por investimentos consistentes, melhoria na eficiência operacional e resiliência na demanda de setores estratégicos como construção civil e infraestrutura, a subsidiária mexicana da Gerdau consolidou-se como um ativo importante no portfólio internacional da companhia.

Durante o ano, a Gerdau México reportou crescimento de receita em reais e em pesos mexicanos, mesmo com algum impacto de volatilidade cambial. Isso se deveu, em boa parte, à maior utilização de capacidade instalada e à adoção de tecnologias que elevaram a produtividade nas unidades localizadas em Ciudad Apodaca e Tlalnepantla.

A recuperação gradual do setor de construção no Brasil teve papel determinante nesse cenário. Após um período de retração, o país viu a reativação de projetos habitacionais e de infraestrutura básica, especialmente em função dos programas públicos ligados à revitalização urbana e melhoria de transportes. A Gerdau, por sua vez, conseguiu posicionar-se estrategicamente para atender essa demanda, aumentando sua penetração nesse mercado.

No campo financeiro, a unidade mexicana contribuiu com margens operacionais razoáveis, ajudando a mitigar efeitos adversos enfrentados pela companhia em outras geografias, como o Brasil e os Estados Unidos, onde houve maior pressão de custos e competição. De acordo com o balanço do 4T25, o EBITDA da operação mexicana cresceu cerca de 12% em relação ao ano anterior.

Outro aspecto relevante foi o avanço em iniciativas ambientais ligadas à produção de aço com menor intensidade de carbono. A Gerdau México integrou parcialmente a matriz de sucata metálica reciclada em sua cadeia produtiva, contribuindo para os objetivos ESG da companhia no médio e longo prazo.

Além disso, a performance da GGBR4 na B3 refletiu esse contexto positivo. Analistas destacaram a valorização do papel durante alguns trimestres de 2025, impulsionada principalmente por resultados consistentes nas divisões internacionais, com destaque para o México.

Mesmo diante de desafios como flutuações nos preços globais do aço e incertezas macroeconômicas regionais, o desempenho da Gerdau no Brasil pode ser considerado acima da média histórica, servindo como alicerce para as projeções de 2026.

Quais são os drivers e marcos estruturais da Gerdau para 2026?

Para 2026, os investidores da Gerdau devem observar cuidadosamente três conjuntos de vetores estratégicos: drivers de crescimento, desafios operacionais e mudanças macro setoriais no Brasil e em outros mercados estratégicos.

Drivers de crescimento

  • Demanda Industrial e Infraestrutura: Com a previsão de aceleração do investimento público e privado em infraestrutura urbana, mobilidade, saneamento e habitação no Brasil, há perspectiva positiva para maior consumo de aço longo.
  • Integração Regional via T-MEC: O Tratado México-EUA-Canadá (T-MEC) pode favorecer novas cadeias produtivas no Brasil, em substituição a fornecedores asiáticos. Isso pode aquecer a demanda por aço com maior valor agregado.
  • Capacidade instalada otimizada: Após modernizações em plantas mexicanas entre 2023 e 2025, a Gerdau poderá operar com maior eficiência energética e menor custo por tonelada de aço produzida, elevando margens.
  • Avanços em ESG: A incorporação de práticas sustentáveis representa não só uma diretriz reputacional, mas um diferencial competitivo crescente em licitações e exportações.

Desafios e riscos

  • Volatilidade cambial: A oscilação do peso mexicano frente ao real e ao dólar poderá influenciar negativamente o resultado consolidado da companhia.
  • Pressão sobre custo de energia: O aumento dos custos energéticos no país, associado à escassez hídrica em algumas regiões, pode onerar a produção nos próximos anos.
  • Instabilidade regulatória: A dependência de programas públicos para obras de infraestrutura deixa as operações vulneráveis a mudanças no governo federal e nos governos estaduais do México.
  • Pressão concorrencial: Com o aumento da capacidade produtiva na Ásia e incentivo às exportações chinesas, há risco de pressão nos preços internacionais de aço, afetando as margens no mercado mexicano.

Marcos esperados

Entre os principais marcos que os analistas de mercado monitoram para 2026 estão:

  • Lançamento de novas linhas de produtos de aços especiais no Brasil, voltadas para o setor automotivo;
  • Conclusão do projeto de eletrificação parcial da planta de Apodaca;
  • Possíveis aquisições ou fusões regionais que ampliem a presença no noroeste mexicano;
  • Publicação do Relatório ESG 2025 com dados consolidados da operação mexicana;
  • Evolução da participação no programa governamental “Infraestrutura para Todos”, anunciado em dezembro de 2025.

Todos esses fatores devem conduzir a um cenário de atenção constante por parte dos investidores institucionais e minoritários que acompanham GGBR4.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

O que investidores devem observar na Gerdau em 2026?

Em 2026, os investidores da Gerdau (GGBR4) precisarão ajustar suas expectativas de acordo com tendências complexas que afetarão não só o desempenho das operações mexicanas, mas o posicionamento global da empresa. Embora a performance de 2025 estabeleça um bom patamar de comparação, a conjuntura de 2026 pode agregar novos elementos de imprevisibilidade.

No plano macroeconômico, fatores como a eventual desaceleração de economias desenvolvidas, políticas monetárias restritivas nos EUA e na Europa ou mesmo a persistência de conflitos geopolíticos podem afetar a oferta e a demanda global por aço. Nesse contexto, a Gerdau poderá ser tanto beneficiada pela flexibilidade geográfica de sua operação quanto prejudicada por pressões sobre preços e custos logísticos.

Possibilidades de valorização

  • Expansão de market share no Brasil com novos produtos e contratos;
  • Geração de caixa consistente, o que pode resultar em novos dividendos e recompras de ações;
  • Investimentos estratégicos em digitalização e controle automatizado da produção;
  • Aceleração da estratégia ESG, principalmente com uso de energia renovável nas operações mexicanas;
  • Possível elevação de rating de crédito, que reduziria o custo da dívida e melhoraria o retorno sobre o capital.

Sinais de atenção

  • Reversão na recuperação da construção civil mexicana;
  • Pressões salariais crescentes no setor industrial;
  • Concentração de receitas em poucos setores, limitando diversificação;
  • Risco de aumento no endividamento — caso a empresa decida por expansão mais agressiva via fusões;
  • Eventuais mudanças fiscais no Brasil e no Brasil que afetem o lucro líquido consolidado.

Outro ponto crucial será a governança. Investidores institucionais estão cada vez mais atentos à transparência nas tomadas de decisão, especialmente frente a alterações na alocação de capital, aumento do capex ou definição de políticas de dividendos.

Portanto, 2026 deverá ser um ano de calibração para a Gerdau, com equilíbrio entre expansão regional, disciplina financeira, inovação e cumprimento de metas ESG. A continuidade da trajetória positiva da unidade mexicana pode representar um dos pilares centrais dessa nova fase, mas exige análise detalhada e atualizações frequentes quanto às condições locais e globais que impactam o setor siderúrgico.

Assim, aqueles que pretendem manter ou iniciar posição em GGBR4 devem integrar análises macroeconômicas, operacionais e setoriais em suas estratégias, sendo cautelosos com as promessas de crescimento, mas atentos às oportunidades defensivas e de valorização consistente que a empresa ainda pode oferecer.

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