AÇÕES DA KLABIN S/A (KLBN11.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

O que impulsiona as ações da Klabin?

A Klabin S.A. (KLBN11.SA) é uma das maiores produtoras de papéis e embalagens do Brasil, com presença crescente em mercados internacionais, incluindo o México. Em 2025, o desempenho das ações da companhia esteve atrelado a múltiplos fatores macroeconômicos e operacionais.

Entre os principais drivers de valorização das ações da Klabin estão:

• Expansão da fábrica em Ortigueira (Projeto Puma II): A segunda fase do projeto foi consolidada com sucesso em 2025, aumentando a capacidade de produção de papel cartão, material com alta demanda no mercado mexicano.
• Demanda crescente no Brasil: A economia mexicana demonstrou resiliência em 2025, favorecendo o setor de alimentos e bebidas, que demanda fortemente embalagens sustentáveis — área em que a Klabin se destaca.
• Acordos comerciais e expansão logística: Em 2025, a Klabin firmou parcerias logísticas e comerciais na região norte do México, facilitando entregas e reduzindo custos de exportação.
• Valores ESG e sustentabilidade: Com forte apelo ambiental, a Klabin conquistou maior espaço em cadeias globais preocupadas com sustentabilidade, fator relevante para grandes importadores no Brasil.
• Cotação do dólar: A valorização do dólar frente ao real ao longo do ano beneficiou as receitas de exportação, pressionando positivamente os lucros reportados pela Klabin em reais.

Aspectos de gestão que também contribuíram:

• Gestão de dívida em moeda local: Parte relevante da dívida da Klabin venceu ou foi refinanciada em condições favoráveis durante 2025, melhorando indicadores de alavancagem.
• Geração de caixa sólida: O fluxo de caixa operacional foi suficiente para sustentar investimentos e remunerar acionistas, apoiando a confiança do mercado.

O desempenho das ações também foi impulsionado por fatores externos, como a recuperação da indústria global de papel e celulose e a maior conscientização quanto à utilização de embalagens sustentáveis por parte dos consumidores latino-americanos. Na B3, os papéis KLBN11 mostraram comportamento volátil, mas fecharam 2025 com valorização de aproximadamente 15% — superando o Ibovespa em desempenho relativo.

Em resumo, os drivers positivos para a Klabin em 2025 no contexto mexicano foram a ampliação da produção de papel cartão, aumento da demanda na indústria alimentícia local, dólar favorável às exportações e investimento consistente na operação logística internacional.

Quais marcos de 2025 foram mais relevantes?

Em 2025, a trajetória da Klabin foi marcada por várias conquistas estratégicas, especialmente relacionadas ao crescimento internacional e fortalecimento da operação no Brasil. Esses marcos contribuíram diretamente para a percepção positiva do mercado em relação às ações KLBN11.

Entre os principais marcos de 2025 destacam-se:

• Lançamento da nova linha de papel cartão: A fase II do Projeto Puma em Ortigueira entrou em operação total no primeiro semestre de 2025, elevando a capacidade instalada em mais de 450 mil toneladas/ano — parte com foco em exportações para a América do Norte.
• Primeiros contratos no Brasil com grandes redes de varejo e alimentos: Empresas como Grupo Bimbo e Walmart México passaram a adquirir embalagens sustentáveis diretamente da Klabin, sinalizando o início de uma relação comercial estruturada com grandes clientes mexicanos.
• Estabelecimento de centro logístico em Veracruz: A abertura de uma operação logística própria reduziu o tempo de entrega em mais de 30%, sendo um diferencial competitivo importante na região.
• Revisão da meta de neutralidade climática: A companhia adiantou para 2035 sua meta de se tornar carbono neutro, melhorando sua classificação ESG junto a analistas internacionais, o que atraiu investidores institucionais preocupados com sustentabilidade.
• Reconhecimento internacional: A Klabin participou da COP 30 como uma das principais representantes do setor de embalagens florestais, consolidando imagem de liderança ambiental global.

Na esfera financeira e corporativa, destacam-se:

• Emissão de bonds sustentáveis: A empresa levantou recursos no mercado internacional com títulos verdes, reforçando seu caixa e financiando projetos de expansão com custos mais competitivos.
• Dividendos consistentes: A política de dividendos foi mantida e, com lucros crescentes, a companhia distribuiu rendimentos próximos a R$ 1,20 por unit durante o ano, gerando yield atrativo para os investidores.
• Aquisição estratégica de player local: Embora de pequeno porte, a compra de uma empresa de conversão de papel no norte do México foi vista como plataforma de entrada para o setor regional.

O reposicionamento internacional da Klabin em 2025 reforçou seu perfil de player global de embalagens sustentáveis. Ao se aproximar estrategicamente de clientes no Brasil e adaptar sua estrutura produtiva e logística para atender parte dessa demanda, a empresa deu passos sólidos rumo à consolidação fora do mercado doméstico.

Investidores que acompanharam de perto esses marcos perceberam que os eventos de 2025 lançaram bases consistentes para crescimento em 2026 e além, com boa visibilidade de receitas e rentabilidade provenientes do mercado mexicano.

Quais riscos e tendências para 2026?

Apesar dos avanços importantes em 2025, a Klabin também enfrenta riscos e desafios relevantes em 2026, principalmente em relação à consolidação da sua presença internacional e estabilidade macroeconômica. A seguir, destacam-se os principais pontos de atenção e tendências para os próximos trimestres.

Principais riscos observados para 2026:

• Volatilidade cambial: A relação dólar-real continua a ser fator essencial. Um fortalecimento do real pode reduzir a competitividade das exportações e pressionar as margens.
• Risco político latino-americano: Eleições e instabilidade política em países-chave do continente, incluindo o próprio México, podem impactar a segurança jurídica de contratos e afetar decisões de investimento.
• Custos logísticos e de transporte: Apesar dos avanços feitos em 2025, a cadeia de distribuição ainda é sensível a variações de custos de combustível e disponibilidade de rotas portuárias.
• Pressão ambiental e regulatória: Governos estão adotando normas mais severas quanto à produção e descarte de embalagens, exigindo investimentos contínuos em inovação e sustentabilidade.
• Concorrência internacional crescente: Players da Europa e da Ásia estão expandindo presença na América Latina, o que pode pressionar preços e margens da Klabin em exportações para o México.

Tendências estratégicas e oportunidades:

• Expansão de portfólio em papel cartão: Com a conclusão das fases do Projeto Puma, a Klabin buscará diversificar os tipos de papel ofertados, atendendo segmentos premium com maior valor agregado.
• Eficiência energética: Projetos de cogeração de energia limpa devem ser expandidos, reduzindo a dependência de energia externa e melhorando a margem operacional.
• Digitalização industrial: A automação e uso de inteligência artificial na gestão da fábrica e logística devem melhorar produtividade e reduzir gargalos, alinhando-se às práticas da Indústria 4.0.
• Inovação em soluções circulares: A empresa visa investir em embalagens 100% recicláveis ou biodegradáveis, antecipando tendências de consumo e regulamentações mais rígidas.
• Fortalecimento de presença local: Espera-se que a Klabin firme joint ventures ou empreendimentos com parceiros industriais mexicanos para reduzir barreiras tarifárias e ampliar a presença física no mercado.

Projeções e expectativas do mercado:

Análises de bancos e corretoras apontam que KLBN11 pode continuar a entregar resultados rentáveis em 2026, com expansão da margem EBITDA e crescimento contínuo nas exportações para o México. No entanto, o valuation exigirá atenção a múltiplos como P/L e P/VPA à medida que os lucros se materializam.

O setor de papel e celulose ainda é cíclico, mas a busca por soluções sustentáveis em embalagens continuará atuando como uma força estabilizadora contra choques externos de demanda.

Para investidores de longo prazo, 2026 pode representar uma fase de amadurecimento no ciclo de internacionalização da Klabin. Já para investidores de curto prazo, riscos geoambientais e cambiais devem ser monitorados com frequência.