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AÇÕES DA MINERVA (BEEF3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Confira os fatores que influenciaram a BEEF3 no Brasil em 2025 e o que os investidores devem monitorar para 2026

Desempenho da Minerva (BEEF3.SA) no Brasil em 2025

Em 2025, a Minerva Foods (BEEF3.SA) consolidou sua presença no Brasil com resultados relevantes que impactaram positivamente o desempenho operacional e financeiro da companhia. A expansão das operações no país norte-americano gerou aumento nas exportações, ampliação da base produtiva e ganho de competitividade frente a concorrentes sul-americanos.

Com a aquisição de ativos estratégicos em território mexicano entre 2022 e 2024, a Minerva demonstrou capacidade de execução e sinergias esperadas nas áreas de abate e processamento de carnes. A participação da Athena Foods — subsidiária da Minerva voltada para operação internacional — permitiu uma integração mais fluida com as operações locais.

O México representa um dos mercados-alvo mais promissores para a companhia, servindo como ponto estratégico de exportação para os Estados Unidos e, indireta ou diretamente, para mercados asiáticos. Segundo dados consolidados até o 3º trimestre de 2025, foram registrados:

  • Um aumento de 22% no volume de exportações a partir do México, comparado ao mesmo período de 2024;
  • Crescimento de 18% na receita consolidada das operações mexicanas, com participação crescente no mix global da empresa;
  • Melhoria nas margens operacionais devido à otimização de linhas de produção e crescimento do consumo interno mexicano.

Além disso, o ambiente regulatório mais favorável e reformas sanitárias no Brasil que facilitaram o licenciamento de plantas exportadoras contribuíram para o desempenho robusto. O acordo comercial USMCA (Tratado entre México, EUA e Canadá) continuou a beneficiar empresas consolidadas como a Minerva, que se utilizam da capacidade instalada mexicana para acessar o mercado dos EUA com menos barreiras tarifárias.

Por outro lado, os desafios logísticos — como infraestrutura de transportes ainda deficiente em algumas regiões internas do México — exigiram maior CAPEX e investimentos em frota e armazenagem. A estratégia de verticalização e digitalização de processos logísticos, com centros de distribuição integrados, mostrou-se essencial para sustentar os resultados.

Portanto, o desempenho da BEEF3 em 2025, impulsionado pelo braço mexicano, representou um eixo importante de sustentação da rentabilidade da empresa e demonstrou alinhamento ao plano de expansão internacional da companhia.

Principais Drivers e Marcos Estratégicos da Minerva em 2025

Durante o ano de 2025, a Minerva Foods identificou e implementou uma série de fatores estratégicos que sustentaram seu desempenho no Brasil. Esses drivers foram fundamentais para a construção de valor ao longo do ciclo operacional e continuam relevantes como base para os próximos exercícios.

1. Integração produtiva e eficiência operacional

A unificação das operações sob a Athena Foods foi um marco operacional, permitindo sinergias logísticas e comerciais. A padronização de práticas de abate, controle sanitário e rastreabilidade aumentou a confiabilidade nos mercados exigentes.

2. Diversificação de mercados e canais

O México permitiu à Minerva ampliar sua diversificação geográfica de receitas. A proximidade dos EUA foi explorada como vetor logístico, com frigoríficos exportadores situados próximos à fronteira. Ainda, a empresa intensificou contratos com canais alimentares nacionais, rede HORECA (hotéis, restaurantes e catering) e marcas próprias de supermercados locais.

3. Investimentos em sustentabilidade

A pauta ESG (ambiental, social e governança) foi central. Os marcos incluíram:

  • Certificação de carbono neutro para uma de suas plantas no Brasil;
  • Implantação de programas de bem-estar animal com monitoramento digital;
  • Redução de 24% no uso de água por tonelada processada.

4. Valorização cambial e hedge natural

Com a performance do peso mexicano diante do dólar e a dolarização da receita de exportação, a empresa utilizou hedge natural contra oscilações cambiais, mitigando efeitos de volatilidade sobre caixa e EBITDA.

5. Avanços regulatórios e tributários

Benefícios fiscais e acordos bilaterais facilitaram a inserção da carne bovina mexicana em novos mercados asiáticos. A empresa também relatou ganho com créditos de ICMS localizados e incentivos à exportação em determinadas zonas livres.

Esses drivers redimensionaram a posição da Minerva em 2025, consolidando sua ambição de se tornar a maior exportadora de carne bovina da América Latina em volume. A capacidade de adaptar-se ao contexto do México reforça práticas que poderão ser replicadas em outras geografias latinas nos próximos anos.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

Riscos e Tendências para os Investidores Monitorarem em 2026

Apesar do desempenho positivo no Brasil em 2025, os investidores da BEEF3 devem permanecer atentos a diversos fatores de risco e tendências estruturais que podem impactar a performance da Minerva em 2026 e além.

1. Volatilidade no consumo global

Com o possível desaquecimento da economia americana e europeia, pode haver retração na demanda por proteína bovina no curto prazo. A possível reversão da tendência de consumo premium impactaria as margens das exportações mexicanas.

2. Competição interna no Brasil

Grandes players domésticos e internacionais, como Grupo Bafar e operações latino-americanas da JBS, intensificam investimento no Brasil. Isso pode gerar pressão por preços e disputa por fornecimento de gado na região centro-norte do país.

3. Ameaças sanitárias e climáticas

Casos pontuais de febre aftosa e mudanças climáticas que afetam a disponibilidade de pastagem poderão alterar a produtividade do rebanho e os custos operacionais. Monitoramento fitossanitário e políticas preventivas tornam-se críticas.

4. Mudanças políticas e regulatórias

O ciclo eleitoral do México em 2026 pode gerar incertezas com relação a subsídios, impostos sobre exportação ou novas exigências sanitárias. A previsibilidade regulatória será um fator-chave na continuidade do desempenho.

5. Alavancagem e inflação de custos

Apesar da estratégia conservadora de endividamento, a pressão inflacionária sobre insumos (ração, energia e transporte) pode reduzir margens caso não seja compensada em preço ou eficiência. Investidores devem acompanhar indicadores de margem bruta e operacional trimestralmente.

6. ESG e exigências dos mercados internacionais

Os critérios ambientais adotados por compradores internacionais estão se tornando mais restritivos. Qualquer desvio nos padrões, mesmo que marginal, pode inviabilizar contratos-chave com grandes redes varejistas ou canais institucionais.

Para 2026, a Minerva deverá manter atenção especial a esses riscos e reforçar sua estratégia de expansão continental, com foco na resiliência operacional e aumento de rentabilidade. A diversificação geográfica seguirá sendo vantagem, mas dependerá da continuidade na entrega de valor e mitigação de riscos emergentes.

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