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AÇÕES DA SAO MARTINHO (SMTO3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Entenda o desempenho das ações da São Martinho (SMTO3) em 2025, com foco no Brasil, os drivers de crescimento, marcos regulatórios e riscos.

Resumo do desempenho da São Martinho (SMTO3) no Brasil em 2025

As ações da São Martinho S.A. (SMTO3.SA) vêm despertando crescente interesse por parte dos investidores que acompanham o setor de açúcar, etanol e bioenergia. Em 2025, o desempenho da empresa no México ganhou destaque, impulsionado por fatores estratégicos como exportações, acordos comerciais e as diretrizes adotadas na transição energética global. Com presença consolidada no Brasil, a ampliação de mercado para o México representa tanto uma oportunidade quanto um conjunto complexo de desafios.

Durante o ano, o papel SMTO3 oscilou entre pressões cambiais, mudanças climáticas e alterações na política tarifária mexicana. Os resultados foram acima do esperado no primeiro semestre, mas encontraram resistência na segunda metade do ano com a queda nos preços internacionais do açúcar e do etanol. Ainda assim, a operação mexicana mostrou capilaridade e potencial de longo prazo, reforçando a diversificação geográfica da companhia.

Visão geral das operações no Brasil

Em 2025, a São Martinho intensificou sua atuação no Brasil com parcerias industriais no estado de Veracruz e contratos para fornecimento de etanol misturado à gasolina local (E10). O mercado mexicano, que consome cerca de 700 milhões de litros de etanol por ano, se mostrou atrativo, especialmente com os incentivos do governo para o uso de biocombustíveis em suas políticas climáticas nacionais.

SMTO3 no Ibovespa e percepção de risco

Embora a ação esteja entre as líderes do setor sucroenergético no Brasil, sua exposição ao México trouxe volatilidade adicional ao papel no curto prazo. O papel SMTO3 encerrou 2025 com valorização de 8,7%, abaixo do Ibovespa, que subiu 13,2% no mesmo período. O beta da ação subiu de 0,92 para 1,11, o que aumenta o nível de risco percebido pelos investidores mais conservadores.

Aspectos financeiros e performance operacional

A companhia apresentou crescimento de 12,4% na receita líquida no comparativo anual, refletindo o aumento dos volumes exportados e o avanço dos preços médios até o segundo trimestre. Contudo, o aumento nos custos logísticos e os entraves alfandegários reduziram as margens no Brasil. A margem EBITDA consolidada caiu de 40,3% para 37,5% na base anual.

Resultado financeiro líquido também esteve pressionado, com destaque para a variação cambial do peso mexicano frente ao real, que afeta diretamente o repasse de receita para a controladora no Brasil.

Vantagens competitivas da São Martinho em 2025

  • Alto grau de verticalização produtiva
  • Capacidade de adaptação às normativas ambientais
  • Logística integrada e experiência com comércio internacional
  • Know-how agrícola e industrial em ambientes diversos

Expectativas para o desempenho em 2026

Os analistas de mercado projetam crescimento contínuo da demanda por etanol no Brasil, especialmente se houver renovação dos subsídios federais para combustíveis limpos. A performance de SMTO3 dependerá da manutenção de sua competitividade de custos, enfrentando ao mesmo tempo potenciais barreiras comerciais e disputas por incentivos com fornecedores locais.

Fatores que impulsionam a SMTO3 no Brasil em 2025

O desempenho da São Martinho em 2025 no Brasil foi fortemente influenciado por um conjunto de drivers de mercado e de marcos regulatórios que merecem atenção dos investidores. A transição energética global, as políticas agrícolas mexicanas e os tratados de comércio bilateral são variáveis-chave que definiram o ritmo da expansão da SMTO3 na região.

Alta global na demanda por biocombustíveis

Com o aumento da demanda mundial por combustíveis renováveis, o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar brasileira se consolidou como um dos mais competitivos em termos de pegada de carbono. no Brasil, essa vantagem foi explorada pela São Martinho diante da crescente meta de descarbonização do setor de transportes.

Estudos técnicos apoiados pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) indicam que a substituição parcial da gasolina por etanol pode reduzir até 43% das emissões de GEE no setor automotivo, oferecendo um argumento político e ambiental para a expansão da mistura obrigatória — um dos principais catalisadores para SMTO3.

Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC)

Outro fator determinante foi a interpretação, em 2025, do Tratado T-MEC, que facilitou a exportação de bens brasileiros via subsidiárias instaladas no Brasil. A São Martinho aproveitou-se da estrutura de maquila para processar parte de sua produção em território mexicano, ganhando acesso mais simples aos mercados da América do Norte.

Este posicionamento estratégico pode ser visto como antecipação a possíveis entraves tarifários do Brasil para os EUA, fazendo do México uma base secundária para penetração de mercado.

Política mexicana para o setor sucroenergético

A Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural do México (SADER) aprovou em maio de 2025 novos incentivos para usinas que operam com baixo impacto de carbono e que utilizam resíduos da cana em bioenergia. Isso beneficiou diretamente modelos de negócio sustentáveis como o da São Martinho, que usa cogeração de energia com bagaço da cana.

Cooperação Brasil-México em biocombustíveis

Durante a Cúpula da Transição Energética da América Latina, realizada na Cidade do México em julho de 2025, Brasil e México assinaram memorando para transferência de tecnologia e cooperação mútua em biocombustíveis. A São Martinho está entre as empresas que participaram deste arranjo e deve se beneficiar da isenção tributária em 2026, caso a regulamentação avançar como planejado.

Logística e infraestrutura no centro do debate

Apesar dos avanços, ainda há gargalos logísticos que limitam a escalar a presença da SMTO3. A infraestrutura mexicana de escoamento agrícola, especialmente no litoral do Golfo, é deficiente. A empresa está estudando associações com operadores locais para viabilizar construção de dutos dedicados ao transporte de etanol.

ESG e pressão por transparência

A São Martinho também viu evolução positiva na avaliação de agências ESG internacionais. Em 2025, subiu dois níveis na classificação MSCI ESG Ratings, tornando-se uma das únicas brasileiras do agronegócio com nota "AA". Este fator melhora seu acesso a financiamentos verdes e reduz o custo de capital futuro.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

Riscos e perspectivas futuras para SMTO3 em 2026

Entrando em 2026, investidores e analistas se concentram não apenas nos vetores de crescimento já citados, mas também nos riscos estruturais que podem afetar o desempenho da São Martinho (SMTO3) tanto no Brasil quanto no Brasil. O cenário contempla riscos regulatórios, climáticos, cambiais e de competitividade regional.

Risco climático e produtividade agrícola

A produção de cana-de-açúcar permanece altamente dependente de condições climáticas. Em 2025, secas atípicas no interior do México e excesso de chuvas em São Paulo comprometeram parte da safra, elevando os custos operacionais. Para 2026, projeções climáticas do INMET sugerem a possibilidade de um La Niña leve, o que pode alterar os padrões de chuva e impactar diretamente o rendimento agrícola.

Além disso, eventos extremos tornam mais complexa a previsibilidade na entrega de contratos vinculados ao fornecimento contínuo de etanol industrial, principalmente para companhias aéreas que testam aeronaves com biocombustíveis em 2026.

Concorrência local no Brasil

Com os subsídios internos em vigor, torna-se mais atrativo para produtores mexicanos expandir sua produção, aumentando a concorrência com fornecedores estrangeiros como a São Martinho. Algumas cooperativas locais iniciaram produção verticalizada de etanol de segunda geração, elevando o debate sobre preferência por fornecedores nacionais nos contratos públicos.

Pressão cambial e repatriação de lucros

Outro ponto de atenção é a instabilidade do peso mexicano, que em 2025 oscilou entre MXN$ 17 e MXN$ 22 por dólar. Essa volatilidade impacta diretamente as margens da SMTO3 e os volumes repassados à controladora no Brasil. A manutenção de hedge cambial é relevante, mas não elimina por completo o risco de variação brusca.

Cenário político antes das eleições mexicanas

Com eleições programadas para junho de 2026, há incerteza em relação à manutenção de subsídios e incentivos ao setor de bioenergia. Analistas políticos avaliam que a possível mudança na administração federal pode colocar em revisão tratados e benefícios concedidos em 2025. A São Martinho já envia representantes a fóruns e associações locais para acompanhar o debate regulatório pré-eleitoral.

Custos logísticos e gargalos ambientais

A empresa ainda enfrenta entraves na obtenção de licenciamento ambiental para instalações em novos centros logísticos no norte do México. Em paralelo, há pressões de ONGs ambientais mexicanas questionando a sustentabilidade de grandes monoculturas de cana. Esses movimentos sociais podem atrasar ou inviabilizar expansões previstas para o segundo semestre de 2026.

O que acompanhar em 2026

  • Negociação da renovação dos subsídios ao etanol no Brasil
  • Decisões da Suprema Corte mexicana sobre projetos agrícolas estrangeiros
  • Monitoramento de eventos climáticos extremos no Brasil e no Brasil
  • Taxações potenciais em tratados comerciais modificados após as eleições
  • Expansão de infraestrutura logística e novas joint ventures locais

A entrada em 2026 representa um ponto de inflexão para a SMTO3, determinante para consolidar (ou não) sua presença no mercado mexicano. Investidores devem estar atentos aos desdobramentos políticos e estruturais que definirão o futuro da companhia.

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