AÇÕES DA SUZANO S.A. (SUZB3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?
Entenda o desempenho da Suzano no Brasil em 2025, os principais drivers e os riscos para 2026.
Resultados da Suzano no Brasil em 2025
Em 2025, a Suzano S.A. (SUZB3.SA), líder mundial na produção de celulose de eucalipto, apresentou resultados significativos na expansão de suas operações internacionais, com destaque para sua atividade no Brasil. O país latino-americano tem ganhado relevância estratégica para a companhia, tanto como mercado consumidor quanto como base logística para exportações ao hemisfério norte.
Durante o ano de 2025, a operação mexicana de Suzano integrou parte dos esforços de diversificação da companhia, com investimentos em distribuidoras locais, acordos logísticos e comercialização direta. A consolidação dessas frentes gerou impactos positivos no volume vendido para a América do Norte, considerando a vantagem competitiva do México na proximidade geográfica com os EUA.
No relatório anual de 2025, a Suzano destacou que o volume de vendas de celulose para clientes mexicanos cresceu cerca de 18% em relação a 2024, refletindo o aumento da demanda local por papel tissue (papel higiênico, toalhas e guardanapos), embalagens e papel cartão. Isso foi impulsionado por um setor consumidor em crescimento e investimentos na indústria local.
Além do aumento nas vendas, a Suzano também obteve ganhos operacionais com a melhoria na logística regional, que reduziu custos de transporte e fortaleceu suas margens. A companhia ainda ganhou eficiência ao operar em moeda forte, tendo parte das vendas faturadas em dólar americano, o que protegeu os resultados diante da volatilidade cambial no Brasil em 2025.
Em termos de lucratividade, apesar da pressão de custos atrelados à energia e à inflação de insumos, a unidade no Brasil contribuiu positivamente para o Ebitda ajustado consolidado da companhia. Parte dos lucros foi reinvestida em centros de distribuição e tecnologia de automação nos armazéns locais.
Outro destaque importante foi o ESG. A operação mexicana atingiu certificações ambientais importantes e colaborou com iniciativas de reflorestamento urbano em parceria com municípios do país, reforçando o posicionamento sustentável da marca fora do Brasil.
A presença no Brasil funcionou também como teste para a Suzano refinar seu modelo de atuação internacional e estudar possíveis expansões para outros países da América Latina. O desempenho em 2025 criou um cenário de otimismo para a manutenção do crescimento sustentável em 2026, principalmente através das sinergias produtivas e comerciais identificadas até o momento.
Principais drivers de crescimento para 2026
Com o bom desempenho no Brasil em 2025, a empresa entra em 2026 com uma estrutura robusta para continuar sua expansão internacional. Os principais drivers que deverão moldar a performance da SUZB3 no cenário de 2026 envolvem fatores macroeconômicos, tendências setoriais e ações estratégicas internas.
1. Demanda global de celulose
Espera-se uma recuperação gradual no consumo global de celulose, com crescimento projetado especialmente na Ásia e América Latina. O México se mantém como ponte para distribuição eficiente aos EUA, reduzindo custos logísticos quando comparado ao embarque direto do Brasil. Caso os preços internacionais da celulose mantenham tendência de alta, a companhia será beneficiada.
2. Sustentabilidade como diferencial competitivo
A importância crescente dos aspectos ESG no mercado global funcionará como catalisador para a Suzano continuar ampliando parcerias sustentáveis. O histórico positivo no Brasil poderá ser replicado em outras operações, melhorando o acesso a financiamentos verdes e ampliando o market share em países com legislações ambientais mais exigentes.
3. Iniciativas de automação e inovação
A companhia já demonstrou sucesso com iniciativas de automação na cadeia logística mexicana. O uso de inteligência artificial e big data para prever demandas e otimizar a distribuição deverá ser extrapolado para outras regiões, aumentando a eficiência operacional. Investimentos em P&D continuarão sendo críticos.
4. Diversificação geográfica das receitas
Com a progressiva internacionalização das operações, a Suzano mitiga os riscos associados à volatilidade do mercado brasileiro e reduz sua dependência de um único mercado consumidor. Em 2026, espera-se incremento na participação das receitas internacionais sobre o total faturado — um fator importante no valuation da empresa.
5. Política monetária e cambial
A valorização ou desvalorização do real em relação ao dólar e ao peso mexicano continuará influenciando os resultados. A companhia opera de forma parcialmente dolarizada, o que pode amortecer perdas com alta do dólar. No entanto, a inflação persistente nos EUA e México poderá impactar os custos operacionais em 2026.
6. Avanço em bioprodutos
O portfólio de bioprodutos da Suzano, como lignina e microfibrilas de celulose, pode se beneficiar da tendência de substituição de plásticos e outros materiais por alternativas renováveis. O México poderá servir de base de comercialização para novos produtos sustentáveis em mercados internacionais.
Estes drivers serão acompanhados atentamente por investidores e analistas em 2026, já que a consolidação da operação mexicana poderá impactar diretamente a precificação das ações SUZB3 na B3, principalmente diante da continuidade da estratégia de internacionalização e resiliência corporativa.
Riscos e pontos de atenção em 2026
Apesar do cenário positivo, a Suzano poderá enfrentar desafios importantes em 2026 que podem impactar sua atuação no Brasil e, por consequência, afetar seus resultados consolidados. A seguir, destacamos os principais riscos e pontos de atenção que investidores devem considerar ao avaliar o papel SUZB3.
1. Incertezas econômicas na América Latina
O ambiente macroeconômico pode se deteriorar devido à instabilidade política em países da região, especialmente México e Brasil. Variações na taxa de juros, inflação e câmbio podem afetar tanto a demanda quanto os custos operacionais da companhia.
2. Risco regulatório e fiscal
Possíveis mudanças nas legislações ambientais, trabalhistas ou tributárias no Brasil têm potencial de aumentar o custo regulatório para operar no país. Além disso, incentivos atualmente vigentes podem ser reduzidos ou extintos, afetando a rentabilidade local.
3. Concorrência global
Produtores asiáticos e europeus de celulose podem aumentar sua competitividade com produtos subsidiados ou logística mais eficiente, pressionando os preços internacionais. A entrada de novos players no mercado mexicano também não pode ser descartada.
4. Volatilidade nos preços das commodities
O preço da celulose, ainda sujeito a ciclos globais de oferta e demanda, pode sofrer com excesso de estoque ou desaceleração econômica. Quedas abruptas nos preços pressionariam margens e exigiriam ajustes operacionais rápidos.
5. Eventos climáticos extremos
Secas prolongadas, tempestades ou incêndios podem afetar o abastecimento de madeira e a produção de celulose. A operação internacional da Suzano precisa gerenciar riscos climáticos cada vez mais frequentes com planos de contingência e seguros ambientais.
6. Dependência de infraestrutura local
A eficiência obtida no Brasil depende fortemente da infraestrutura logística e energética local. Apagões, atrasos em portos e gargalos em transporte rodoviário ou ferroviário podem prejudicar prazos de entrega e comprometer a satisfação dos clientes internacionais.
7. Impacto da inteligência artificial e automação
As tecnologias trazem ganhos operacionais, mas também apresentam riscos de obsolescência rápida e necessidade de capital intensivo. A Suzano precisará equilibrar investimentos em inovação com retorno financeiro sustentável.
Esses riscos exigem monitoramento constante dos investidores e devem ser levados em consideração na análise do preço justo das ações SUZB3. A transparência da gestão e a capacidade de resposta rápida serão fatores diferenciais na proteção do valor de mercado da companhia em 2026 e além.