Home » Ações »

AÇÕES DA ULTRAPAR (UGPA3.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?

Desempenho da UGPA3 em 2025 no Brasil e quais fatores devem influenciar seus resultados em 2026, com avaliação de riscos e oportunidades regionais.

O ano de 2025 foi decisivo para a atuação da Ultrapar Participações S.A. (UGPA3.SA) no Brasil, reforçando a estratégia de internacionalização da companhia. Tradicionalmente centrada no mercado brasileiro, a empresa reforçou sua presença na América Latina por meio de ações estratégicas nas áreas de distribuição de combustíveis (por meio da Ipiranga), logística e gás natural (Ultragaz).

no Brasil, a empresa entrou com foco em setores estratégicos, beneficiando-se de um ambiente regulatório mais aberto à concorrência externa após reformas energéticas nos últimos anos. O mercado mexicano de combustíveis, especialmente gasolina e diesel, passou por um processo de liberalização, permitindo maior atuação de empresas privadas, um contexto ideal para os negócios da Ultrapar.

A performance em 2025 superou expectativas em algumas divisões operacionais. Segundo dados financeiros preliminares da companhia e projeções de analistas, o EBITDA consolidado das operações internacionais da Ultrapar apresentou crescimento de dois dígitos, com destaque para o crescimento da margem bruta nas operações mexicanas da Ipiranga, que conseguiram capturar market share de competidores locais e melhorar eficiência logística.

Outro fator positivo foi a sinergia entre Ultragaz e empresas parceiras locais de distribuição de GNL (gás natural liquefeito), permitindo a ampliação do portfólio de produtos energéticos e a entrada em hubs industriais no norte do país. Essa estratégia aumentou a receita recorrente e criou barreiras de entrada para novos concorrentes.

Contudo, a empresa também enfrentou desafios. Diferenças logísticas significativas, regimes tributários estaduais mais complexos e variações cambiais entre o real e o peso mexicano afetaram os custos operacionais. Ainda assim, a companhia mostrou resiliência ao implementar políticas robustas de hedge cambial e renegociação de contratos com fornecedores estratégicos.

Nos resultados do 3º trimestre de 2025, foi observado um aumento de 19% no volume de combustíveis comercializados no Brasil em relação ao 3º trimestre de 2024, o que indica uma tendência de interanual de crescimento contínuo. A Iniciativa México 2025 da empresa apresentou metas bem articuladas, como a abertura de 100 novas unidades de abastecimento nos principais corredores logísticos.

Adicionalmente, o crescimento no Brasil favoreceu a diversificação da receita em moeda estrangeira, contribuindo para reduzir a volatilidade dos resultados consolidados da Ultrapar frente a choques internos no Brasil, como mudanças tributárias e flutuações de consumo.

Com base nos dados disponíveis, é possível afirmar que o desempenho da UGPA3 em 2025 no Brasil foi positivo, impulsionado por iniciativas estratégicas sólidas, adaptação regulatória eficiente e um ambiente de negócios cada vez mais propício à expansão regional.

O sucesso da Ultrapar em 2025 e seu posicionamento para 2026 se baseiam em diversos drivers estratégicos, econômicos e operacionais. Esses impulsionadores incluem a diversificação geográfica, eficiência operacional, descarbonização e transição energética, além de investimentos consistentes em infraestrutura de suporte e tecnologia.

1. Diversificação geográfica: A entrada no Brasil representa um passo importante para reduzir a dependência do mercado brasileiro. Em 2025, cerca de 12% do EBITDA da Ultrapar já foi proveniente de operações internacionais. A participação do México deve crescer ainda mais em 2026, principalmente com a ampliação da base de distribuição e contratos de fornecimento a longo prazo com o setor industrial.

2. Relevância da transição energética: A estratégia corporativa da Ultrapar está fortemente alinhada com temas de ESG e transição energética. Em 2025, a empresa lançou projetos-piloto de biocombustíveis e gás natural renovável para abastecimento de frotas comerciais no Brasil. O objetivo é capturar parte do mercado de combustíveis limpos, que cresce a taxas superiores a 10% ao ano na região norte do país.

3. Infraestrutura e logística integrada: A integração da cadeia logística, do armazenamento à distribuição final, foi determinante para vantagem competitiva. A empresa firmou parcerias com operadores de portos e ferrovias mexicanos, permitindo maior controle e previsibilidade no supply chain. Isso amortizou picos de preços em momentos de pressão internacional no mercado de derivados do petróleo.

4. Marcos regulatórios favoráveis: O ambiente regulatório no Brasil tem favorecido empresas estrangeiras no setor de energia, com destaque para a reforma de 2023 que instituiu novas regras para armazenamento de combustíveis e liberalização tarifária em pontos de venda. Isso permitiu à Ultrapar praticar preços mais competitivos sem comprometer margens operacionais.

5. Digitalização e tecnologia: A Ultrapar investiu em plataformas de gerenciamento de frota, aplicativos de fidelização e rastreamento inteligente de cargas. Essas iniciativas não só aumentaram a eficiência operacional, mas também contribuíram para maior retenção de clientes e fidelização da base mexicana.

6. Capital humano e treinamento: A empresa promoveu programas conjuntos com universidades locais para qualificação de profissionais no setor de logística e energia, o que aumentou a capilaridade no recrutamento de talento local e fortaleceu sua identidade corporativa no mercado mexicano.

Esses drivers demonstram que a Ultrapar não apenas consolidou sua presença no Brasil, como pavimentou o caminho para um crescimento sustentável e lucrativo em 2026. A gestão focada, combinada com um entendimento aprofundado do mercado local, confere vantagem competitiva frente a players menos adaptados ao ambiente latino-americano.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

Apesar dos resultados positivos até 2025, a projeção para 2026 envolve a análise de riscos significativos que podem impactar o desempenho da UGPA3, especialmente em sua operação internacional. É fundamental observar atentamente os possíveis pontos de inflexão que podem alterar a trajetória prevista da companhia.

1. Risco regulatório: Embora o governo mexicano tenha adotado uma postura pró-mercado nos últimos anos, há incertezas políticas relativas às eleições presidenciais de 2026. Uma mudança na liderança pode resultar em maior intervenção estatal no setor de energia, reversão de reformas passadas ou restrições à atuação de empresas estrangeiras.

2. Volatilidade cambial: O peso mexicano enfrentou oscilações significativas em 2025 por causa da política monetária dos EUA e da volatilidade do petróleo. A Ultrapar deve manter sua estratégia de hedge cambial ativa para minimizar impactos no resultado financeiro consolidado.

3. Concorrência crescente: Com a abertura do mercado de combustíveis, o México tem atraído novos competidores asiáticos e norte-americanos com estruturas de custo mais agressivas. Em 2026, a batalha por margens e fidelização tende a se intensificar, exigindo constante inovação comercial por parte da Ultrapar.

4. Infraestrutura pública limitada: Embora a empresa tenha desenvolvido parcerias para logística privada, boa parte da infraestrutura rodoviária e ferroviária mexicana ainda é deficiente, o que afeta a distribuição em áreas remotas. Investimentos públicos insuficientes podem impactar negativamente os planos de expansão.

5. Risco de governança e integridade: A atuação em mercados com culturas empresariais diversas exige controles cada vez mais robustos. O fortalecimento das práticas de compliance, auditorias internas e políticas anticorrupção terá papel central para sustentar a reputação e a confiança de stakeholders em 2026.

Perspectiva para 2026: Se mantidos os avanços estratégicos de 2025, a UGPA3 pode alcançar crescimento consolidado no Brasil e replicar parte desse modelo em outros mercados da América Latina, como Colômbia e Chile. Espera-se que a participação do faturamento internacional ultrapasse 15% do total da companhia até o final de 2026.

Analistas de mercado mantêm recomendações de “compra” para UGPA3, atribuindo preço-alvo entre R$ 26 e R$ 29 para os próximos 12 meses, com base na expectativa de maior distribuição de dividendos, fortalecimento do ROIC (retorno sobre capital investido), e ganhos contínuos de participação em mercados externos.

Portanto, os investidores deverão monitorar atentamente as mudanças políticas no Brasil, o comportamento cambial, os indicadores de performance operacional e os desdobramentos do ambiente competitivo regional, como forma de mitigar riscos e identificar novas oportunidades com UGPA3 em 2026.

INVISTA EM AÇÕES >