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O QUE ACONTECE COM AS AÇÕES EM CASO DE FALÊNCIA E REESTRUTURAÇÃO DE CAPITAL?

Descubra o que acontece com as ações quando uma empresa declara falência e explore a hierarquia da estrutura de capital que determina quem recebe primeiro.

Quando uma empresa de capital aberto entra com pedido de falência, suas obrigações financeiras ficam sujeitas a reestruturação legal ou liquidação. Os acionistas ordinários são geralmente os últimos na fila para receber qualquer valor proveniente dos ativos remanescentes da empresa. Na maioria dos casos de falência — particularmente nas liquidações do Capítulo 7 — os acionistas perdem o valor total de seu investimento.

No Reino Unido, as empresas podem entrar em administração judicial, recuperação judicial ou liquidação, todos processos formais de insolvência. Nesses processos, a prioridade das reivindicações determina quem recebe o pagamento com a venda dos ativos da empresa. Infelizmente para os acionistas, sua posição na estrutura de capital sempre os coloca atrás dos credores com garantia e sem garantia, e ocasionalmente até mesmo de certas classes de ações preferenciais.

Os processos de falência envolvem uma reorganização (por exemplo, o Capítulo 11 nos EUA ou administração judicial no Reino Unido) ou liquidação (por exemplo, o Capítulo 7 nos EUA ou liquidação no Reino Unido). A recuperação dos acionistas depende muito do valor restante após a satisfação de todas as reivindicações de maior prioridade.

Como os ativos são frequentemente vendidos a preços com desconto e os passivos costumam ser maiores que os ativos, os acionistas raramente ficam com alguma coisa.

Por exemplo, em uma reorganização sob o Capítulo 11, os acionistas existentes podem ver suas participações diluídas ou canceladas completamente, principalmente se os credores trocarem seus créditos por ações da empresa recém-reestruturada. Em caso de liquidação, os acionistas geralmente não recebem nada porque os credores e detentores de títulos esgotam totalmente os ativos disponíveis.

Os investidores devem considerar as empresas falidas como de risco excepcionalmente alto. Mesmo que a empresa saia da administração judicial ou da reorganização, a nova entidade geralmente envolve um capital totalmente novo, tornando as ações antigas praticamente sem valor.

Compreender a estrutura de capital é fundamental para entender quem recebe o pagamento durante a falência de uma empresa. A estrutura de capital refere-se à forma como uma empresa financia suas operações e crescimento por meio de diversas fontes de recursos — principalmente dívida e capital próprio. A ordem em que essas fontes de capital são pagas em caso de falência determina quanto, se houver, cada categoria de investidor recebe.

As empresas normalmente se financiam emitindo alguma combinação dos seguintes títulos:

  • Dívida garantida: São empréstimos ou títulos lastreados em ativos específicos da empresa. Em caso de falência, os credores garantidos têm o direito de recuperar seus empréstimos vendendo a garantia subjacente.
  • Dívida não garantida: Esses empréstimos não são lastreados por nenhum ativo específico. Embora ainda tenham prioridade superior à dos acionistas, os credores sem garantia só são pagos após a satisfação dos credores com garantia.
  • Dívida subordinada: Este é um tipo de dívida sem garantia que tem prioridade inferior à dívida sem garantia comum e só é paga se todas as reivindicações de maior prioridade forem atendidas.
  • Ações preferenciais: Os acionistas preferenciais recebem dividendos e o produto da liquidação antes dos acionistas ordinários, mas depois de todos os detentores de dívida.
  • Ações ordinárias: Estes são os acionistas comuns — os verdadeiros proprietários da empresa — mas são os últimos na fila quando se trata de reivindicações sobre os ativos da empresa.

Esta ordem de prioridade determina a distribuição dos recursos durante a insolvência. A “regra da prioridade absoluta” geralmente rege esta ordem, determinando que uma classe de menor prioridade só pode receber pagamento depois que aqueles acima dela forem totalmente compensados.

Assim, os acionistas estão na base da “cadeia alimentar” financeira.

Mesmo dentro do sistema de ações, os acionistas preferenciais têm prioridade sobre os acionistas ordinários. Em caso de insolvência, todas as despesas e honorários advocatícios também são pagos antes dos credores, diluindo ainda mais os fundos remanescentes. Entender essa hierarquia ajuda os investidores a avaliar o risco associado a diferentes tipos de títulos e a esclarecer os possíveis resultados em cenários adversos.
As ações oferecem potencial de crescimento a longo prazo e renda de dividendos ao investir em empresas que criam valor ao longo do tempo, mas também apresentam riscos significativos devido à volatilidade do mercado, ciclos econômicos e eventos específicos de cada empresa; a chave é investir com uma estratégia clara, diversificação adequada e somente com capital que não comprometa sua estabilidade financeira.

As ações oferecem potencial de crescimento a longo prazo e renda de dividendos ao investir em empresas que criam valor ao longo do tempo, mas também apresentam riscos significativos devido à volatilidade do mercado, ciclos econômicos e eventos específicos de cada empresa; a chave é investir com uma estratégia clara, diversificação adequada e somente com capital que não comprometa sua estabilidade financeira.

As implicações da estrutura de capital e da ordem de falência são vastas tanto para investidores individuais quanto para as partes interessadas institucionais. Credores e acionistas devem considerar sua posição nessa hierarquia ao avaliar oportunidades de investimento, particularmente em empresas em dificuldades ou títulos de alto rendimento.

Para investidores em ações:

  • A falência praticamente garante uma perda de capital significativa, senão total, para os acionistas ordinários. Mesmo quando ocorre uma reestruturação, os acionistas originais geralmente perdem tudo ou sofrem uma diluição significativa.
  • Os acionistas preferenciais podem recuperar algum valor, principalmente se a empresa tiver valor residual suficiente após o pagamento aos detentores de dívida.
  • Os preços das ações geralmente despencam para perto de zero, e a negociação pode ser suspensa ou transferida para mercados de balcão (OTC) com muito pouca liquidez.

Para detentores de títulos e credores:

  • Os credores garantidos estão em uma posição relativamente forte, especialmente quando a garantia cobre as dívidas pendentes.
Eles podem retomar ou liquidar os ativos dados em garantia.
  • Credores sem garantia dependem mais do valor geral dos ativos restantes e têm menos certeza de recuperar o valor total.
  • Investidores institucionais podem negociar participações acionárias em reorganizações pós-falência, permitindo-lhes recuperar algum valor.
  • Investidores frequentemente interpretam erroneamente o aumento do preço das ações de uma empresa falida após notícias de uma tentativa de reestruturação. Na maioria dos casos, isso é impulsionado por especulação e perdas eventuais são comuns. Investidores experientes se concentram em instrumentos de dívida de empresas em dificuldades para explorar a posição mais favorável na ordem de pagamento.

    Para estratégias de investimento de longo prazo, entender onde seu investimento se encaixa na estrutura de capital é essencial. O capital próprio oferece grande potencial de valorização em tempos bons, mas apresenta risco máximo em cenários adversos.

    Estruturas regulatórias — como a Lei de Insolvência do Reino Unido de 1986 — garantem um processo de resolução ordenado, mas não necessariamente favorecem os acionistas.

    Os investidores devem monitorar balanços patrimoniais, índices de alavancagem e métricas de cobertura da dívida como indicadores precoces de dificuldades financeiras. Em conclusão, compreender a ordem de pagamento durante um processo de falência é fundamental para a gestão de risco de portfólio. Em ambientes de crise, a preservação de capital torna-se primordial e saber quando evitar ou se desfazer de posições em ações pode fazer uma diferença substancial no desempenho a longo prazo.
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