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AÇÕES DA EQUATORIAL (EQTL3.SA) EM 2025: DESEMPENHO, DRIVERS E RISCOS

Entenda os marcos de 2025 e os riscos para EQTL3 em 2026

Em 2025, a Equatorial Energia (EQTL3.SA) destacou-se por seu movimento estratégico de expansão internacional, com foco específico no mercado mexicano. A entrada da empresa nesse novo território faz parte do seu esforço de diversificação geográfica e consolidação como um dos maiores grupos do setor elétrico da América Latina.

O México se apresenta como um mercado interessante para a Equatorial, dadas as grandes oportunidades em distribuição, geração e modernização de infraestrutura energética. A estatal mexicana CFE (Comisión Federal de Electricidad) e uma estrutura regulatória em transição demandam operadores que ofereçam know-how técnico e eficiência operacional. A expertise da Equatorial em turnaround de distribuidoras brasileiras mal estruturadas pode ser replicada em solo mexicano.

Durante 2025, a empresa consolidou sua entrada no país por meio de parcerias locais e lançamentos de projetos piloto que testam sua capacidade de adaptação às peculiaridades regulatórias e operacionais do México. Os resultados preliminares foram moderadamente positivos, com melhorias operacionais em unidades de geração adquiridas e perspectivas de novos contratos entre 2026 e 2027.

O desempenho das ações EQTL3 refletiu essas movimentações: embora volátil, o papel conseguiu acumular valorização de pouco mais de 13% ao longo do ano, sendo apoiado por fundamentos sólidos e guidance consistentes. Analistas apontaram que a exposição ao risco cambial e o cenário político no Brasil continuaram sendo os principais pontos de atenção.

Além do avanço internacional, a empresa também manteve bons níveis de EBITDA no mercado doméstico. As sinergias geradas com a recente aquisição da Celg-D, em Goiás, ainda se desenrolam e devem contribuir para uma base operacional mais eficiente. O controle de perdas e a digitalização dos serviços também foram temas centrais no plano de desenvolvimento do grupo em 2025.

No campo regulatório, destaque para o marco legal das distribuidoras sancionado no final de 2025, que trouxe maior previsibilidade tarifária e estabilidade jurídica para as empresas brasileiras do setor.

2025 consolidou a posição da empresa como um dos principais players da América Latina, embora analistas sigam atentos ao ritmo de execução de sua internacionalização, sobretudo em 2026.

Em 2025, diversos fatores explicaram o desempenho positivo das ações EQTL3. Desde a robustez financeira sustentada no Brasil até a projeção de crescimento internacional, a Equatorial Energia demonstrou resiliência e inteligência estratégica. A seguir, exploramos os principais drivers que influenciaram o desempenho da companhia durante o ano.

1. Expansão internacional por meio do México

A entrada no mercado mexicano foi, sem dúvida, um dos marcos do ano para a companhia. Esse movimento representa não apenas uma geodiversificação dos lucros, mas também um plano de longo prazo para capturar valor em um mercado ainda subpenetrado por operadoras privadas.

A empresa estabeleceu acordos preliminares com stakeholders locais e iniciou sua atuação com unidades de geração renovável. O México, embora regulatoriamente mais complexo que o Brasil, oferece margens atrativas, especialmente nos processos de eficiência energética e digitalização das redes. Os projetos inseridos em zonas industriais apresentaram retorno financeiro preliminar ligeiramente superior ao esperado.

2. EBITDA em crescimento contínuo

A gestão eficiente e o corte de perdas nas distribuidoras brasileiras permitiram que o EBITDA da Equatorial seguisse em tendência crescente. Ao consolidar a operação da Celg-D, a empresa conseguiu sinergias acima das estimativas iniciais, particularmente em Goiás e Maranhão. O guidance revisado do EBITDA para o final de 2025 foi de R$ 9,8 bilhões, ante R$ 8,9 bilhões de 2024.

3. Avanço na digitalização e eficiência operacional

A companhia também avançou na digitalização de suas operações com investimentos na virtualização de atendimento, automação de redes e implantação de smart meters. Essas iniciativas contribuíram para a redução de custos operacionais, melhora dos indicadores técnicos (DEC e FEC) e aumento da satisfação dos consumidores.

4. Ambição ESG e crescimento em fontes limpas

Ao investir também em soluções renováveis no Brasil, como solar e eólica, a empresa demonstrou alinhamento com metas ESG. Esse posicionamento estratégico é não apenas reputacional, mas também rentável, visto que muitos investidores institucionais priorizam ativos com governança sustentável.

5. Estabilidade no marco regulatório nacional

O ambiente regulatório mais estável no Brasil, com destaque para a revisão das regras de revisão tarifária e segurança jurídica em concessões, manteve o setor elétrico atrativo para aportes de longo prazo. Isso proporcionou previsibilidade nas margens de distribuição, especialmente em estados como Pará, Alagoas e Maranhão.

No conjunto, os drivers acima combinam fatores internos, como gestão eficiente, e externos, como ambiente regulatório favorável e oportunidades de crescimento fora do Brasil. Essa combinação sustentou a tese de investimento sobre EQTL3 em 2025.

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

"O principal benefício das ações é participar do sucesso de grandes empresas, mas o investidor deve estar disposto a aceitar o risco de mercado: quanto maior o potencial de ganho, maior a possibilidade de enfrentar períodos de perdas temporárias ou permanentes."

Com a consolidação da expansão mexicana em andamento, o ano de 2026 representa uma etapa de validação para a Equatorial Energia. Diversos elementos precisarão ser observados por investidores que mantêm ou pretendem iniciar posição em EQTL3. A seguir, detalhamos os principais pontos de atenção.

1. Desempenho operacional das operações no Brasil

O principal fator a ser observado em 2026 será a evolução operacional e financeira dos projetos da Equatorial no território mexicano. A depender da eficiência na incorporação dos ativos e dos resultados de margens operacionais, o mercado deverá precificar o sucesso ou fracasso do movimento. Avaliações de analistas indicam que os primeiros trimestres de 2026 deverão oferecer grande visibilidade sobre o real impacto dessas operações nos resultados consolidados.

2. Continuidade da performance doméstica

Embora o México esteja no centro das atenções, os negócios no Brasil continuam sendo a base do EBITDA da Equatorial. O controle de perdas não-técnicas, avanço nos indicadores operacionais e negociação de novos contratos de concessão serão determinantes para manter a projeção de crescimento sustentável. As metas de economia operacional e incremento de margem da Celg-D serão fundamentais para além da rentabilidade, também o posicionamento político-regulatório da empresa.

3. Análise dos riscos cambiais e macroeconômicos

A presença no Brasil expõe a empresa à variação do peso mexicano frente ao real, o que pode afetar os resultados líquidos reportados. Em paralelo, tanto Brasil quanto México vivem momentos de desafios na política fiscal. Alterações de cenário macroeconômico, como juros mais altos, podem revisar estimativas de fluxo de caixa descontado (DCF).

4. Progresso em projetos de energia renovável

Visando diversificar fontes e alinhar-se a práticas ESG, a empresa tem metas de implementação de projetos solares e eólicos no Brasil e no Nordeste brasileiro. Em 2026, espera-se que pelo menos 40% dessas iniciativas estejam operacionais ou já construídas. A entrega desses marcos será crucial para manter a atratividade do papel junto a investidores institucionais voltados para critérios verdes.

5. Possível reclassificação para o Novo Mercado Norte-Americano

A Equatorial vem sendo observada por fundos globais como possível candidata à listagem em ADR nível II ou III nos EUA. Em 2026, a consolidação de resultados internacionais pode abrir essa porta e gerar valorização das ações por efeito de re-rating de múltiplos.

De forma geral, 2026 pode representar o início de um novo ciclo de crescimento para a EQTL3, com chances de internacionalização definitiva ou, alternativamente, reavaliação de sua estratégia multinacional. O investidor atento deverá monitorar trimestralmente as entregas prometidas e a robustez institucional da companhia.

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