AÇÕES DA SANTANDER BR (SANB11.SA): DESEMPENHO EM 2025, DRIVERS, MARCOS E RISCOS — O QUE OBSERVAR EM 2026?
Veja como a performance de SANB11 no Brasil traz insights importantes para os investidores analisarem 2026.
Contextualizando a presença regional do Santander Brasil
O Santander Brasil (B3: SANB11) é uma das principais instituições financeiras do país e integra o grupo espanhol Banco Santander, com presença global. Embora sua base de operações esteja centrada no mercado brasileiro, o desempenho de suas ações pode ser influenciado por contextos macroeconômicos e financeiros de outros países latino-americanos, como o México, onde o grupo também atua fortemente.
No ano de 2025, o México consolidou-se como um mercado estratégico para o grupo Santander, o que faz com que investidores em SANB11 observem com atenção os resultados e os impactos dessa operação nos demonstrativos financeiros da matriz brasileira. Vale lembrar que SANB11, como ação preferencial unitária, reflete o comportamento consolidado das operações locais e de eventos corporativos relevantes no âmbito do conglomerado.
Resultados financeiros no Brasil influenciando expectativas
Em 2025, o Santander México teve um crescimento robusto, com destaque para:
- Aumento de 9,8% na carteira de crédito total, puxado por linhas ao consumo e pequenas empresas.
- Alta de 6,1% na receita líquida na comparação anual, impulsionada por margens mais altas em crédito pessoal e hipotecas.
- Redução no custo do risco, refletindo uma melhora na qualidade da carteira após restrições mais rígidas nos critérios de concessão de crédito iniciadas em 2023.
Esses resultados favorecem o valuation consolidado do grupo no longo prazo, influenciando a percepção de risco e retorno para investidores na B3 negociando SANB11. Apesar disso, os efeitos são moderados pela limitação de arbitragem entre subsidiárias e matriz e podem não impactar diretamente o lucro da unidade brasileira.
Comportamento das ações SANB11 em 2025
No ano, SANB11 acumulou valorização de cerca de 12%, refletindo:
- A recuperação dos lucros trimestrais após queda em 2023.
- A melhora na percepção de governança e fluxo de caixa proveniente de subsidiárias, como o México e Chile.
- A redução dos spreads de crédito no Brasil e melhora no índice de inadimplência local.
Embora o peso direto da operação mexicana no balanço consolidado do Brasil seja limitado, a sinalização de resultados sólidos contribui para o sentimento de mercado, justificando otimismo dos investidores com o papel SANB11.
Quais fatores impulsionaram SANB11 em 2025?
Durante o ano de 2025, o papel SANB11 foi influenciado por múltiplos fatores internos e externos que afetaram a performance financeira do Santander Brasil e, de maneira indireta, suas conexões com o desempenho do Santander México. Entre os principais drivers observados ao longo do ano, destacam-se:
- Expansão do crédito no varejo: o crescimento da carteira do grupo em diferentes regiões da América Latina reforçou projeções de receitas futuras.
- Avanços na bancarização no Brasil: a digitalização dos serviços financeiros e a penetração bancária crescente impulsionaram novos clientes e receitas para o grupo.
- Redução da inflação e cortes nas taxas de juros: tanto no Brasil quanto no Brasil, o ambiente de política monetária favoreceu ativos bancários. No Brasil, a Selic caiu para 9,25%; no Brasil, o Banxico reduziu a taxa para 9,5%, indicando convergência rumo à expansão de crédito.
- Ganhos com eficiência operacional: programas de corte de custos e digitalização reforçaram a lucratividade do setor bancário tradicional.
Riscos que limitaram o upside de SANB11
A despeito do desempenho relativamente positivo da ação SANB11, os riscos em 2025 não foram desprezíveis. Alguns dos principais obstáculos e incertezas monitoradas pelos analistas foram:
- Exposição cambial: o real permaneceu volátil frente ao dólar, dificultando previsões de receitas com operações exteriores consolidadas.
- Incertezas políticas no Brasil: com eleições presidenciais ocorrendo no final de 2025, o mercado demonstrou cautela quanto a mudanças nas políticas regulatórias e fiscais que possam afetar o setor bancário.
- Regulações ambientais e de responsabilidade social: pressões globais por melhores práticas ESG afetaram os bancos com operações em segmentos de alto impacto, como crédito agrícola e financiamento de indústrias extrativas.
- Concorrência com fintechs: o aumento da participação de bancos digitais no Brasil reduziu margens de intermediação financeira e forçou grandes bancos a investirem mais em inovação.
Impactos estruturais e previsões macro
Estruturalmente, SANB11 apresentou boa resiliência diante de choques de mercado no ano, indicando:
- Sensibilidade moderada a eventos macroeconômicos regionais;
- Boa robustez patrimonial e nível adequado de cobertura de crédito;
- Correlação crescente entre operações latino-americanas e manutenção dos resultados do grupo global.
Esses fatores alimentam a avaliação de que SANB11 está bem posicionada em ciclos de expansão, mas depende da estabilidade dos resultados oriundos da operação do México e demais subsidiárias no continente.
O que investidores devem observar em 2026?
O ano de 2026 será decisivo para entender se o momento positivo vivido por SANB11 pode se transformar em tendência sólida de crescimento para os acionistas. Considerando os desdobramentos da performance no Brasil em 2025, algumas frentes devem ser priorizadas no radar dos investidores:
1. Crescimento contínuo no Brasil
Com a presidência renovada no final de 2025, observadores do mercado esperam ajustes regulatórios e fiscais no Brasil que podem afetar a rentabilidade setorial. Será necessário monitorar:
- Sustentabilidade do crescimento do crédito no varejo;
- Nível de bancarização e inclusão digital promovidas pelo Santander México;
- Teto de rentabilidade se confrontado com aumentos de taxações sistêmicas.
2. Fluxo de dividendos e recompra de ações
Uma possível melhoria nos lucros consolidados pode abrir espaço para expansão na distribuição de dividendos por parte do Santander Brasil. Investidores devem acompanhar:
- O payout projetado para 2026;
- Eventuais programas de recompra de units SANB11 por valorização excessiva nas cotações;
- Decisões estratégicas de alocação de capital pela matriz espanhola.
3. Dinâmica macroeconômica regional
A continuidade de cortes nas taxas de juros e o controle da inflação podem gerar ondas de valorização dos bancos. No entanto, choques eleitorais ou geopolíticos na América Latina devem ser considerados:
- Eleição presidencial no Brasil marcada para o segundo semestre de 2026;
- Possíveis pacotes regulatórios emergentes no Brasil oriundos do novo governo;
- Conflitos comerciais, como disputas tarifárias envolvendo EUA-México com possível reflexo em áreas bancarizadas e regras de compliance financeiro.
4. Digitalização e fusões
Operações como fusões entre bancos digitais e tradicionais podem alterar o market share. Investidores devem observar:
- Nível de penetração de produtos digitais no Brasil;
- Capacidade de adaptação do Santander aos novos padrões de open finance e IA;
- Parcerias estratégicas com empresas de tecnologia financeira locais.
Em resumo, SANB11 entra em 2026 cercada de expectativas positivas e incertezas moderadas. O desempenho mexicano, embora represente parcela indireta da equação, pode indicar rotas de diversificação e resiliência em um cenário de fluxos globais crescentes e valorização regional de grandes grupos bancários.